História de Santo Paulo Miki e Companheiros Mártires
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Origens
Paulo Miki nasceu no ano 1564, na província de Harima, no Japão. Era filho de um nobre e famoso militar japonês, pertencente a uma família de samurais. Sua família era cristã, fruto da evangelização de São Francisco Xavier alguns anos antes de seu nascimento, de 1549 a 1551. Paulo Miki recebeu sua formação no Colégio Jesuíta de Anziquiama, Japão. Esta formação seria decisiva em sua vida.
Vida religiosa
Estudando no Colégio Jesuíta, Paulo Miki teve a oportunidade de conhecer mais profundamente a fé cristã. Este conhecimento despertou em seu coração o desejo de se tornar jesuíta. Por isso, pediu seu ingresso na Ordem e foi aceito. Por causa de sua capacidade intelectual e, principalmente, dos dons espirituais que recebera de Deus, Paulo Miki conquistava conversões impressionantes e se tornava uma luz em território japonês.
Pregador, catequista e padre
Homem de oração profunda, o Irmão Paulo Miki tornou-se um pregador de grande eloquência. Suas pregações arrebatavam os corações e confirmavam os japoneses na fé. Seu desejo de se tornar sacerdote teve que esperar, pois não havia bispo na região japonesa de Fusai. Mesmo assim, Paulo Miki continuou com seu ministério de pregação. Alguns anos depois ele se tornou o primeiro japonês a ser ordenado padre no Japão. Uma vez padre, conquistou inúmeros corações por causa de seu testemunho de humildade e paciência.
Perseguição
O imperador Toyotomi Hideyoshi simpatizava-se com catolicismo e permitia-o em suas terras. Porém, de repente, tornou-se um feroz perseguidor da fé em Cristo. O motivo foi político. Por ter conquistado a Coréia, o Japão rompeu relações com a Espanha e com todo o Ocidente. Isso motivou uma terrível perseguição contra os mais de trezentos mil cristãos japoneses de então. Até missionários franciscanos espanhóis que tinham sido bem recebidos pelo Imperador passaram a ser perseguidos.
Prisão
Os católicos passaram a ser expulsos do Japão. Muitos, porém, decidiram ficar. E a repressão não tardou. O imperador mandou prender seis franciscanos. Em seguida, prendeu o Padre Paulo Miki juntamente com outros dois jesuítas e um grupo de dezessete leigos companheiros de Paulo Miki e membros de ordens terceiras. Esse grupo de vinte e seis cristãos foi vítima de humilhações e torturas públicas das mais terríveis.
Condenação à morte
O grupo dos vinte e seis cristãos foi levado para Nagasaki. Tanto nas estradas quanto nas cidades foram vítimas escárnio e zombarias. Alguns dos companheiros de São Paulo Miki eram muito novos. Sabemos de alguns nomes, como Tomáz Cozaki, 14 anos; Antônio, 13 e Luis Ibaraki, 11. Nenhum deles se dispôs a voltar atrás e renunciar à fé em Cristo em troca da liberdade. Todo o grupo dos vinte e seis foram crucificados na colina que ficou conhecida como “Monte dos Mártires”, em Nagazaki, no ano de 1597.
Semente de novos cristãos
Os cristãos que sobreviveram à perseguição se dispersaram para escapar dos massacres. Um grande número deles construiu morada às margens do rio Urakami, perto de Nagasaki. Lá, continuaram a praticar a fé cristã, apesar da ausência de sacerdotes. A comunidade conseguiu guardar no coração os ensinamentos de São Paulo Miki e dos outros evangelizadores que passaram por lá. Quando o Japão voltou a se abrir à Europa, missionários voltaram, igrejas foram reconstruídas em várias cidades e em Nagazaki, perto de onde os cristãos viviam clandestinamente.
A mãe reencontra os filhos
A comunidade cristã do Japão passou cerca de 250 anos sem contato com a Igreja Católica. Porém, guardava cuidadosamente três critérios escritos em livros e no coração de todos para reconhecer os verdadeiros líderes e padres católicos: "os padres não são casados, haverá uma imagem de Maria e esta Igreja obedecerá ao papa-sama, isto é, ao Bispo de Roma". A comunidade japonesa, inspirada pelo exemplo e ensinamentos de São Paulo Miki e companheiros, manteve a chama acesa da esperança de um dia voltaria a poder manifestar sua fé publicamente. E assim aconteceu.
Canonização
São Paulo Miki e seus companheiros foram canonizados no ano 1862, pelo Papa Pio IX. Os ensinamentos e o exemplo que esses mártires deixaram alimentaram a fé dos cristãos japoneses por dois séculos e meio e, depois disso, até hoje, são inspiração e devoção entre todos os católicos japoneses.
Oração a São Paulo Miki
“Deus, nosso Pai, pela força dos santos São Paulo Miki e seus companheiros que, em Nagazaki, chamastes à vida da glória pelo martírio, concedei-nos, por sua intercessão, perseverar até o fim na fé que professamos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo, amém. São Paulo Miki e companheiros, rogai por nós.”