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Santos e ícones Católicos

História de Eucaristia

O Sacramento da Eucaristia

Eucaristia quer dizer, em grego, 'ação de graças'. O sacramento da Eucaristia é um dos sete sacramentos da Igreja Católica. Sua existência é tão antiga quanto a da religião cristã, e em certa medida, até mesmo anterior a ela, pois as bases iniciais de seus ritos foram tiradas da religião de Jesus, o Judaísmo. Nas comemorações judaicas da Páscoa, existe uma parte da cerimônia onde se parte um pão sem fermento, umedecendo-o num molho e distribuindo-o para ser comido com ervas amargas. Isto é feito para lembrar a saída do povo hebreu do Egito, às pressas, libertado por Moisés. Jesus conhecia muito bem esses ritos, pois era um praticante esclarecido de sua religião e em muitas passagens do Evangelho, podemos vê-lo citando práticas religiosas de seu povo, bem como, em outras passagens, ele mesmo realiza essas práticas, às vezes dando a elas um novo significado.

A instituição da Eucaristia

A última ceia de Páscoa de Jesus com seus discípulos é um exemplo onde o Mestre ressignifica tradições antigas de da religião e da cultura de seu povo. As escrituras dizem: 'durante a ceia, Jesus tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: 'Tomai e comei, isto é meu corpo'. Depois tomou o cálice, rendeu graças e o entregou a seus discípulos, dizendo: 'Bebei dele todos, porque isto é meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens para a remissão dos pecados'. (Mt 26, 26-28). Existem outros dois relatos do mesmo fato, nos evangelhos de Marcos e Lucas , e o de Paulo, na sua primeira carta aos Coríntios. As narrativas têm alguns elementos diferentes, mas nos fazem conhecer os mesmos gestos e a mesma proposta de Jesus, ao instituir justamente essa refeição como um gesto memorial, com o qual ele desejava ser lembrado pelos discípulos.

Os primeiros tempos da Eucaristia

Desde o início, então, as principais reuniões dos seguidores de Cristo, após sua subida para os céus ( Ascensão do Senhor), eram para celebrar este memorial, para cumprir esta ordem que foi dada ao final da última ceia: 'fazei isto em memória de mim'. Pelos Atos dos Apóstolos, se conhece o fato de que essas reuniões eram semanais, a partir da expressão 'dia do Senhor', outra ressignificação da tradição judaica. A história até nos conta sobre o símbolo do peixe, que marcava as casas onde seria realizada a celebração, e passou a ser um símbolo cristão, servindo de código para que se reconhecesse um irmão de fé, pois nesse tempo os cristãos eram perseguidos e tinham que celebrar escondidos. A expressão que originou o código era: Iesous Christos Theou Yios Soter (Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador) - as letras iniciais, em grego, formam a palavra ??Ø?S (peixe), e assim, era comum que quando eles se encontrassem e quisessem saber se estavam diante de um irmão, que um desenhasse uma meia lua no chão: se o outro desenhasse outra meia lua sobreposta à primeira, se formaria um peixe e eles se reconheceriam.

Rituais da Eucaristia ao longo da História

A celebração da Eucaristia tem vários nomes: Ceia, Santa Ceia, Última Ceia, Páscoa do Senhor, e ainda outros, dentre os quais ficou mais conhecido o nome popular 'Missa', ou Santa Missa. Depois dos registros que citamos, os primeiros documentos de que se tem notícia sobre o modo como era celebrado este rito, e que inclusive normatizavam como deveria ser celebrado, são um conjunto de orientações chamado Didaqué. Atribuído aos primeiros discípulos, o documento é bem curto, trazendo formas rituais gerais, algumas orações e orientações. Tem dezesseis capítulos e é considerado o primeiro Catecismo da Igreja. Os ritos foram se modificando, sendo incrementados com cânticos e muitos outros detalhes, conforme a religião cristã ia evoluindo e alcançando espaço na sociedade. Houve um tempo, até, que a celebração era feita em latim, e de costas para o povo, ou melhor, versus Deo, 'de frente para Deus', conforme a expressão latina. Com o passar dos anos, com o crescimento do Cristianismo e sua difusão para todo o mundo, foi necessário unificar e atualizar essas formas de celebrar a Eucaristia, o que levou ao surgimento dos livros oficiais de ritual que conhecemos hoje como missais, o plural para 'Missal'. É nele que se encontram prescritas todas as formas oficiais de celebração da Eucaristia, divididas por temas, festas, ocasiões, etc., além de normativas sobre como devem ser preparados cada um dos elementos, dos lugares de culto a prescrições sobre que tipo de cantos se deve usar, e até de quais cores devem ser utilizadas nas vestes e decoração do ambiente, sempre de acordo com a ocasião específica que se celebra.

Eucaristia: centro da vida da Igreja

Dentre os sete sacramentos, a Igreja Católica dá especial importância e centralidade ao Sacramento da Eucaristia, adornando-o com o título de Santíssimo Sacramento. Isto porque esta comunidade cristã afirma sobre esta celebração, além do caráter de memorial da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo, que ela atualiza a presença real do próprio Jesus Cristo nas espécies do pão e do vinho consagrados. É o chamado mistério da Transubstanciação: um dogma da fé católica que afirma que, após as palavras do sacerdote, aquele pão e aquele vinho sobre os quais foram pronunciadas aquelas palavras, não são mais pão e vinho, mas sim, a própria carne e sangue de Jesus Cristo, sua alma e divindade, seu ser inteiro, do mesmo jeito que está no céu à direita do Pai, apenas debaixo da aparência de pão e vinho, que são a única coisa que se mantém do que eram antes. Esta concepção a respeito deste Sacramento é a base de muitas devoções e práticas, como a Hora de Guarda, a Adoração Eucarística, os Cercos de Jericó, Adoração noturna, e diversas outras. O Catecismo da Igreja Católica diz, entre muitas coisas, sobre a Eucaristia: a Eucaristia é o 'Sacrifício da Nova e Eterna Aliança' (C.I.C., 1410); a Eucaristia é alimento (C.I.C.,1392); a Eucaristia é remédio (C.I.C.,1393). Muitos são os relatos de manifestações milagrosas envolvendo o Sacramento da Eucaristia. Os mais conhecidos são o Milagre de Bolsena (veja no nosso artigo Corpus Christi) e o Milagre de Lanciano (veja no nosso artigo Milagres Eucarísticos). Este último, o Milagre de Lanciano, diz respeito à transformação visível da hóstia em carne humana e do vinho em sangue humano, atestando o que a Igreja Católica e também algumas Tradições Ortodoxas afirmam da Eucaristia: é a presença real de Jesus Cristo.

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