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História de Anunciação do Anjo à Virgem Maria

A festa

No dia 25 de março a Igreja celebra o anúncio de que o Filho de Deus nasceria neste mundo, assumindo a condição humana. Esse dia é conhecido como dia da Anunciação. Trata-se de uma festa solene da Igreja, dada a importância de tão maravilhosa notícia para toda a humanidade. Conheça um pouco da história que cerca o dia 25 de março.

Porque 25 de março?

O dia 25 de março foi escolhido para a comemoração do anúncio do nascimento do Salvador porque representa exatamente nove meses antes do Natal de Jesus, em 25 de dezembro. A Igreja professa que, no mesmo dia em que o anjo anunciou a Maria, ela ficou grávida, por obra do Espírito Santo. Como uma gestação normal dura por volta de nove meses, contou-se, partindo de 25 de dezembro para trás, e chegou-se ao dia 25 de março.

A situação de Maria

A Anunciação é narrada pelo Evangelista Lucas, Capítulo 1, versículos de 26 a 38. Maria estava prometida em casamento a José. Prometida em casamento, no mundo judaico de então, significa que ela estava noiva. Acontece que o noivado em Israel do tempo de Cristo era diferente. Tratava-se já de um contrato de casamento, que durava por volta de um ano. Só que os noivos não coabitavam. Porém, para desmanchar um noivado era preciso uma carta de divórcio. Então, o noivado era um casamento em que os noivos não moravam juntos. O tempo de um ano era destinado à construção da casa onde o casal iria morar e à preparação da festa de casamento.

O que aconteceu no dia da Anunciação?

Estando Maria noiva de José, isto é, casada com ele, mas sem morarem juntos, o Arcanjo chamado Gabriel apareceu a ela e lhe fez uma proposta em nome do próprio Deus. A proposta foi a seguinte:

“31. Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. 32. Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó, 33. e o seu reino não terá fim.”

A reação de Maria

Mesmo estando diante de um anjo e compreendendo a grandeza da missão para a qual foi escolhida, Maria tem os pés no chão. Ela não ignora sua realidade de mulher comprometida, noiva. Assim, uma gravidez nesta situação poderia lhe trazer sérias consequências, inclusive a morte, caso a história fosse mal compreendida. Então, Maria reage: “34. Maria perguntou ao anjo: Como se fará isso, pois não conheço homem?” Na Bíblia, o termo “conhecer” significa ter relação íntima, de marido e mulher. Neste sentido, humanamente, Maria não poderia engravidar, porque não tinha relações íntimas, sexuais, com José. Então, Gabriel explica melhor:

“35. Respondeu-lhe o anjo: O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus.”

O “sim” que mudou a história da humanidade

Quando Maria compreende a profundidade do que está acontecendo, ela se coloca nas mãos de Deus como escrava. “38. Então disse Maria: Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo afastou-se dela.” Maria tinha a liberdade de dizer “não”, porque Deus não obriga ninguém a nada. Mas, livremente, ela disse “Sim!” E Jesus, o Filho de Deus, entrou na história humana, para salvar a humanidade. Depois, o mesmo anjo Gabriel apareceu a José em sonhos e explicou a ele o que estava acontecendo com Maria. José, então, casou-se com ela, assumindo a responsabilidade de ser o pai “legal” e humano de Jesus.

Vida intrauterina

Ao celebrar a festa da Anunciação nove meses antes do nascimento de Jesus, a Igreja valoriza a vida humana desde a sua concepção e não só depois do nascimento. Os nove meses de gestação de Jesus no ventre de Maria são muito valorizados, não só pela Igreja, mas pelo próprio Deus. Tanto que que o anjo avisa Maria que sua prima Isabel também estava grávida: “36. Também Isabel, tua parenta, até ela concebeu um filho na sua velhice; e já está no sexto mês aquela que é tida por estéril, 37. porque a Deus nenhuma coisa é impossível.” O Evangelho ainda ressalta o valor e a realidade da vida intrauterina ao relatar o encontro de maria com sua prima, quando, depois de receber Maria, Isabel exclama: “44. Pois assim que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu seio.” E, depois, no versículo 42: “Bendito é o fruto do teu ventre!” João Batista, no seio de Isabel e Jesus, no seio de Maria, participam do maravilhoso encontro de suas mães. Estão vivos, são pessoas e tem reações dentro do útero de suas mães.

Ave Maria

Outra dádiva maravilhosa que chegou a nós no dia da Anunciação, além de Jesus, foi a primeira parte da oração da Ave Maria. A primeira frase desta oração foi pronunciada por ninguém menos que o Arcanjo Gabriel. Ora, sabemos que os anjos são “mensageiros” de Deus, isto é, transmitem a mensagem que Deus lhes mandou transmitir. Por isso, podemos afirmar que a primeira frase da Ave Maria foi dita pelo próprio Deus: “Ave, Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco.” Lc 1, 28. E a segunda frase também foi dita por Deus, porque o Evangelista Lucas diz que: “41. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo 42. e exclamou em alta voz: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Se Isabel pronunciou essas palavras estando cheia do Espírito Santo, significa que o próprio Espírito Santo, terceira pessoa da Santíssima Trindade, foi quem falou através dela.

Anunciação

Por tudo isso, a Anunciação do Senhor deve ser celebrada com alegria e gratidão por todos os fiéis. É um dia de bênçãos eternas que caíram sobre a humanidade e mudaram o rumo da história. É um dia de grande revelação da bondade, da misericórdia e do infinito amor que Deus tem por nós. Assim, a oração da Ave Maria deve ser rezada com muito amor e gratidão.

Oração

“Ave Maria, cheia de graça; o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores agora e na hora de nossa morte, amém.”

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